© Paulo Nogueira
quarta-feira, 25 de julho de 2012
quarta-feira, 18 de julho de 2012
ORESTEIA / sinopse do espectáculo
Há dez anos em guerra, o coro dos
anciãos manifesta em frente ao palácio o descontentamento e ansiedade que
grassa em Argos. Qualquer desfecho em Tróia não trará bons augúrios. Ares não
está no seu posto e a cidade está mal governada, nas mãos de corruptos e
malfeitores, como afirma o Vigia no seu testemunho de sofrimento.
1. Agamémnon
Anunciada a vitória, Agamémnon
volta a casa com
a escrava preferida, Cassandra. Recebe-o o coro em silêncio e redobrada
angustia e é Clitemnestra, a adúltera, que, tecendo a teia, faz os elogios
públicos, levando-o a entrar no palácio sobre um tapete de púrpura, digno dos
deuses. Cassandra, a cativa, a ex-amante de Apolo recusa entrar e, possuída
pela maldição do deus, anuncia à Cidade o cheiro a sangue que aquelas paredes
exalam, fruto dos antigos e futuros crimes ali perpetrados. Aumenta o temor, os
rumores adensam-se. Espera-se em Zeus, e um desejo de morte colectiva surge como
solução apaziguadora da angústia. Cassandra discute com o coro e entra decidida
no palácio, para que a sua morte sirva como testemunho para memória futura.
Ouvem-se os gritos lancinantes de Agamémnon a ser barbaramente assassinado pela
esposa que exibe os cadáveres na varanda do palácio. Cumpriu o seu desígnio.
Vingou e está no seu posto. E com Egisto, o estrangeiro, urdidor da trama,
fruem a luz amável do dia portador da justiça! O Coro desorientado com tamanha
desgraça manifesta o desejo de vingança e a esperança em Orestes o filho de
Agamémnon, exilado.
2. Coéforas
Dez anos mais tarde, num tempo de
terror, Orestes regressa a Argos, como estrangeiro, com seu amigo Pílades, na
esperança de vingar a horrenda morte do pai. Clandestinamente visita o túmulo interdito
e abandonado de seu pai e, por um acaso, que só os deuses explicam, encontra no
local um grupo de escravas troianas de Clitemnestra e, entre elas, no meio do
maior sofrimento, sua irmã Electra. Com a irmã e o grupo de escravas traçam o
plano para a morte da mãe e do amante Egisto. Anuncia-lhes o pacto com Apolo e
com Pílades apresentam-se na porta do palácio, quais estrangeiros, em busca de
hospitalidade. São recebidos por Clitemnestra a quem trazem notícias da morte
de Orestes. Entram e como o apoio das escravas, Orestes e Electra vingam a
morte do pai, matando Clitemnestra e Egisto. Exibem os cadáveres à cidade
dizendo: “contemplai os dois tiranos da pátria, assassinos de meu pai e
destruidores desta casa”.
Depois de perpetrado o
matricídio, o remorso apodera-se de Orestes e, como um louco, foge perseguido
pelas Erínias vingadoras de sua mãe.
3. Euménides
Perseguido pelas Erínias,
exausto, ensanguentado e descrente Orestes dirige-se a Delfos ao templo de
Apolo, colocando em questão a sua capacidade para cumprir o acordo com o deus.
Apolo discute com Orestes, obriga-o a cumprir o acordado e, como prova do seu
poder, adormece as Erínias, dando-lhe algum tempo para continuar a viagem até
Atenas, onde deve suplicar o patrocínio da deusa Atena. O espectro de Clitemnestra
vem fustigar as Erínias adormecidas, exigindo vingança sobre o filho. Orestes
chega ao templo de Atena e esta decide levar a questão a tribunal. E um novo
tribunal é constituído. O julgamento do caso Orestes e Clitemnestra,
representados no tribunal por deuses é, curiosamente, feito por homens,
seleccionados e presididos por uma deusa nova (Atena). Sendo as partes do
processo os antigos e novos deuses, o resultado é um empate. Neste caso,
mandava a lei que se favorecesse o réu. Orestes é assim absolvido e as Erínias,
uma vez amansadas, são transformadas em deusas benévolas (Euménides).
Rui
Madeira
ORESTEIA / synopsis
Ten years of war, the Choir of Elders gathers
in front of the palace to demonstrate the discontentment and anxiety that rages
in Argos. Whatever the outcome in Troy it will not bring good omens. The city
is being badly governed, in the hands of corrupts and malefactors, as stated by
the Vigia (watchman) in his suffering testimony.
1. The Agamemnon
Victory announced, Agamemnon returns home “triumphant”, with great wealth and slaves. He’s received by the Choir in silence and redoubled anguish; awaits him Clytemnestra, the adulteress that weaving a web, makes public praises and leads him to walk on a purple carpet, worthy of the gods. Cassandra, king Priam’s daughter, now captive, possessed by the ex-lover Apollo curse refuses to enter the palace and announces to the City the smell of blood that those walls exhale, product of former and forthcoming crimes perpetrated there. Fear increases, rumors thicken, and a wish of a collective death emerges as the soothing solution for anguish. At last she enters determined, that her death serves as testimony for future memory and that it’s avenged. Master and slave are barbarously murdered by the queen and her lover Aegisthus. The purposes were fulfilled and enjoy “the lovely daylight carrier of Justice!”. The bodies are exposed. The Choir before such disgrace manifests the desire for revenge and places hope in Orestes, son of Agamemnon, exiled.
2. The Choephori
Ten years later, in a crime of terror, Orestes
returns to Argos, as a foreigner hoping to avenge the horrible death of his
father. Undercover he visits his father interdict and abandoned tomb and, by
chance, that only gods can explain, finds there a group of trojan slaves that
his father gave to Clytemnestra and among them, in great suffering, is Electa
his sister, made slave by her own mother. With the support of his sister and the
Choir of Trojan, plans the death of his mother and her lover Aegisthus. Apollo
the god is with him, and they agree the revenge. Orestes and his friend
Pylades, present themselves to the gates of the palace as foreigners looking
for hospitality; they bring news of the death of Orestes. They enter the palace
and the brothers avenge the death of their father. Two bodies are now exposed,
the “two homeland tyrants, killers of my father and destroyers of this home”,
says Orestes, that after the matricide, tormented by remorse, with vindictive
Erinyes of his mother that stoke him, runs like a mad man.
3. The Eumenides
Chased by Erinyes, exhausted, bloody and trustless, Orestes goes to Delphi to Apollo’s temple, questioning his capacity to carry out the agreement with the god. Apollo quiets him and forces him to fulfill the agreement and, as prove of his power, puts Erinyes asleep, giving him time to continue his journey to Athens, where he should beseech the patronage of the goddess Athena. The spectrum of Clytemnestra comes to fustigate the sleeping Erinyes, demanding revenge against her son. In Athens a new court is formed, the trial of Clymenestra and Orestes case, represented in court by gods, is curiously made by men, selected and chaired by a new goddess (Athena). Being part of the process the ancient (Erinyes) and new gods (Apollo and Athena), the result is a draw. In such cases the law ordered in favor of the defendant. Orestes is therefore acquitted and the Erinyes once tamed, are transformed into benevolent goddess (Eumenes).
Rui Madeira
Oresteia de Ésquilo
Um Drama Humano
com Vinte e Cinco Séculos
A trilogia Oresteia, de
Ésquilo, é composta pelas peças Agamémnon,
Coéforas e Euménides. Esta obra-prima da literatura grega antiga foi
representada em 458 a .C.
Para além de ser criador de diversos dramas que vão marcar a História da
Literatura Ocidental, Ésquilo participava activamente na produção e nos
ensaios, assim como na coordenação da cenografia, na montagem dos cenários, nos
adereços, na música e na coreografia. Abarcando o teatro de todos os pontos de
vista, participou ele próprio na representação como actor. Estes aspectos
reúnem a execução da acção (drama) e
a produção de um espectáculo (theatron).
O principal objectivo do dramaturgo era chegar à mente e aos sentidos dos
seus espectadores.
Vinte e cinco séculos depois, o autor da trilogia Oresteia chega ao espírito dos leitores, que em tradução do
original o admiram, e ao espírito inquieto dos encenadores, sempre atentos à
vida contemporânea que gira em torno de si. Os actuais encenadores buscam,
muitas vezes, em peças da Antiguidade Clássica motivos e razões
que sirvam para reinventar comportamentos da contemporaneidade.
Os temas da tragédia grega eram escolhidos de entre histórias religiosas
ou míticas, distantes no tempo do público que a elas assistia. Essa distância
nas referências levadas à cena permitia ao espectador ver debatidos assuntos
que não o envolviam directamente, mas que lhe permitiam reflectir sobre
aspectos universais do género humano. Raros são os casos de tragédias que
abordam temas da sua contemporaneidade. Um exemplo raro desse tipo de abordagem
encontra-se nos Persas de Ésquilo,
peça essa também era tida como a mais antiga de todas as peças gregas.
A história em que se baseia a trilogia Oresteia era o rapto de Helena por Páris, depois de este ter sido
acolhido pelo seu marido Menelau. Páris desrespeitou o dever da hospitalidade
do seu anfitrião. Como forma de restaurar e castigar essa ofensa ao deus Zeus
Xénios, «Zeus protector da hospitalidade» (Agamémnon
60-62, 362-366, 744-749), Agamémnon, irmão de Menelau, reúne uma frota para
recuperar Helena e trazê-la de volta à Hélade. Mas os deuses envolvem-se nesse
empreendimento e começam a surgir contrariedades que põem em causa o futuro da
expedição. Ártemis exige o sacrifício da filha de Agamémnon, Ifigénia, para a
armada poder partir. Agamémnon vive um dilema único: sacrificar a sua filha ou
faltar aos deveres e às obrigações de um chefe militar (Agamémnon 204-213). A armada parte e Agamémnon, após dez anos
intensos de luta, conquista a cidade de Tróia e arrasa-a com excessos.
No seu regresso, Clitemnestra recebe-o no palácio com honras excessivas,
que só aos deuses eram devidas. Agamémnon não entende os limites da sua
actuação. Depois de entrar no palácio, Clitemnestra assassina o marido com o
auxílio de Egisto, seu amante. Esta morte devia ser vingada, como anunciara
Cassandra e o Coro anseia (Agamémnon
1667).
Nas Coéforas, a peça seguinte,
aparecerá um justiceiro: Orestes, filho de Agamémnon e Clitemnestra, que
vingará a morte do pai. Electra enviara o irmão Orestes para o exílio de onde
regressará por ordem de Apolo, para castigar os assassinos do pai. Depois de
matar Clitemnestra, Orestes é perseguido pelas deusas do remorso, as Erínias.
Orestes enlouquece.
Na terceira peça, as Euménides,
Orestes, suplicante, encontra-se em Delfos. Apolo promete protegê-lo da acção
das Erínias vingadoras. O deus aconselha-o a pedir auxílio à deusa Atena. É
acolhido pela deusa e defendido por Apolo contra as Erínias.
A tragédia grega traz para discussão os problemas humanos com os deuses e
com o destino, assim como os problemas existentes entre os próprios homens. A
tragédia grega mergulha nos conflitos que surgem entre o indivíduo e o poder
que ele próprio criou.
Ana Lúcia Curado
Universidade
do Minho
The Oresteia of Aeschylus
A Human Drama with Twenty-Five Centuries
The Oresteia’s trilogy, of Aeschylus, consists on the plays Agamemnon, The Libation
Bearers and The Eumenides. This
Ancient Greek literature masterpiece was staged in 458 b.C. In addition of
being the creator of multiple dramas that would change the History of Western
Literature, Aeschylus actively participated in the production and rehearsals,
as well as in scenography coordination, mounting the sets, props, music and
choreography. He also joined in as an actor. These aspects gather the plot’s
work (drama) and the show’s
production (theatron).
The main aim of the
playwright is to touch the mind and the senses of his spectators.
After twenty five
centuries, the author of The Oresteia’s
trilogy reaches the readers’ spirit that admire him, and the restless spirit of
the directors, always conscientious of the contemporary life that revolves
around them. The current directors look for, very often, in the Classical
Antiquity, motives and reasons that can be used to re-invent contemporary
behaviors.
The Greek tragedy themes
were chosen between religious or mythical stories, distant of the spectators’
time. This distance in the references that were staged allowed the spectator to
see issues that didn’t involved him directly discussed, but helped him to think
about the general aspects of the human being. Few are the tragedy situations
that deal with themes of his contemporaneity. One rare example of that type of
approach can be found in Aeschylus’ The
Persians, a play that was also thought as being one of the oldest of all
Greek plays.
The Oresteia’s plot is based on the
kidnapping of Helena by Paris ,
after he has been welcomed by Helena ’s
husband, Menelaus. Paris
disrespected the hospitality’s duty of his host. As a way to restore and punish
that offense to the god Zeus Xenios, «Zeus protector of hospitability»
(Agamemnon 60-62, 362-366, 744-749) Agamemnon, Menelaus’ brother, gathers a
fleet to rescue Helena and bring her back to the
Hellas . However the gods involved themselves
in that adventure and setbacks begin to emerge which called into question the
future of the expedition. Artemis demands the sacrifice of Agamemnon’s
daughter, Iphigenia, so the fleet is able to leave. Agamemnon lives a unique
dilemma: sacrifice his daughter or lack to the duties and obligations of a
military chief (Agamemnon 204-213). The fleet leaves and Agamemnon, after ten
intense fight years, conquers the city of Troy
and razes it with excess.
In his return,
Clytemnestra receives him, in the palace, with excessive honors, the ones that
only gods could receive. Agamemnon doesn’t understand the boundaries of his
action. After entering in the palace, Clytemnestra murders her husband with the
help of Aegisthus, her lover. This death should be avenged, as Cassandra
annunciated and the Chorus expects (Agamemnon 1667).
In The Libation Bearers, the following play, a righteous man will
appear: Orestes, son of Agamemnon and Clytemnestra, who will avenge his
father’s death. Elektra have sent her brother Orestes into exile, from where he
will return by Apollo’s order to punish his father’s murders. After killing
Clytemnestra, Orestes is followed by the Erynies, the remorse goddesses’.
Orestes turns mad.
In the third play, The Eumenides, Orestes, supplicant,
found himself in Delphos. Apollo promises to protect him from the action of the
vindictive Erynies. The god advises him to ask for help from Athena. He is
upheld by the goddess and protected by Apollo against the Erynies.
The Greek tragedy brings
into discussion the human problems with gods and fate as also existent problems
among men. The Greek tragedy goes deep in the conflicts between the individual
and the power created by him.
Ana Lúcia Curado
Universidade
do Minho
Coro de Cidadão desta Atenas,
Vinte e cinco séculos passaram desde que Ésquilo, insatisfeito com a vida
que os atenienses tinham de suportar, marcada pela angústia e pelo terror, escreve
a Oresteia, numa época que aspirava a
ordem mas que se movia no mistério e no medo, num mundo onde reinava a
violência. Ésquilo inquietava-se, protestava se for preciso, e este protesto
leva a uma aspiração da justiça. A Oresteia
é mais um protesto de Ésquilo e dos Cidadãos de Atenas.
Ao longo das três peças que compõe a Oresteia
(Agamémnon, Coéforas e Euménides) esta justiça, que começa por
ser divina por isso temida, é desejada e reivindicada e por fim retocada e
humanizada. Este é verdadeiramente o propósito de Ésquilo que não se contenta
com um otimismo simplista, mas procura uma ordem, um ideal cívico e uma certa
imagem de chefe digno.
Vinte e cinto séculos passados e nada
mudou. A nossa Hélade vive momentos
tão difíceis como então, as nossas coéforas
continuam subjugadas pela discriminação e abandono total, “vemo-nos gregos”
para suportar os desígnios e infortúnios que deuses (que se consideram) maiores
assim nos obrigam a suportar, e as euménides,
representantes da justiça, sempre tardam a chegar.
Ésquilo era um artista (escrevia, encenava e interpretava), e aos
artistas sempre foi incutido o dever e a responsabilidade de denunciar o
subjugo que os οἱ τύραννοι (os tiranos) e οἱ
δεσπόται (os déspotas)
impunham ao povo. Ésquilo fazer chegar ao espírito do espectador o sentido de
uma sociedade mais humana e humanizada, justa e com igualdade de deveres e
direitos…
Caros Cidadãos desta Atenas, não esperem que a Oresteia a que assistis seja apenas mais um espetáculo; mais um
tema clássico que fica bem na programação do Theatro Circo. Não esperem chegar
um pouco antes do espetáculo, comprar calmamente o bilhete e entrar na sala, e
comodamente, sentados na plateia, assistir a um bonito clássico. Desenganem-se,
o desconforto e o desassossego das Erínias esperam-vos e a qualquer momento
estão prontos a atormentar-vos. É a certeza que vos posso garantir: que sereis
vítimas, tal como outrora os nossos pais helénicos foram, de confrontos.
Confronto entre as personagens, conforto com as personagens e confronto entre o
teatro e a realidade, que todos pensa(va)m antiga mas no fundo tão presente…
… Senhores que conduzem mal os
seus exércitos, que governam mal as suas cidades, que utilizam ilegitimamente o
poder que lhes é confiado, estreitam relações e fazem novas alianças conforme
lhes convém, que sacrificam jovens porque a necessidade exige uma atitude
bélica como essa… Senhores que no
fundo não desapareceram, apenas mudaram os rostos e os nomes…
«Se as grandes crises, como diz Jaqueline de Romilly, têm qualquer coisa
de coletivo: por isso combina-se facilmente com o papel desempenhado pelo Coro»
também a resolução desse problema passa pela prática da justiça, pela vinda de
um Orestes que, mais do que vingar, vem restituir a ordem e fazer justiça!
Nuno
Campos Monteiro
Universidade do Minho
Universidade do Minho
Citizen’s Chorus of this Athens,
Twenty five centuries
have passed since Aeschylus, dissatisfied with the life that Athenians had to
bear, marked by the anguish and the terror, wrote The Oresteia, in a time that aspired the order but that moved
itself in mystery and in fear, in a world where violence ruled. Aeschylus was
worried and he would protest, if there was a need, and this protest lead into
an aspiration of justice. The Oresteia
is just a protest from Aeschylus and the citizens of Athens .
Over the three plays in
which The Oresteia consists on (Agamemnon, The Libation Bearers and The
Eumenides) this justice, that starts divine and that’s why it’s feared,
it’s desired and claimed and, in the end, is retouched and humanized. This is
truly Aeschylus’ intention who is not satisfied with a simplistic optimism, but
looks for and order, a civic ideal and a certain image of a worthy leader.
After twenty five
centuries nothing has changed. Our Hellas lives through rough times like those in the
past, our libation bearers are still
subdued by discrimination and total abandon. We found it difficult to support
the plans and misfortunes that those gods (that consider themselves) bigger
force us to bear, and the eumenides,
the justice representatives, are always slow to arrive.
Aeschylus was an artist
(he wrote, he staged and interpreted), and the duty and responsibility, to
denunciate the subjugation that the οἱ τύραννοι (the tyrants) and the οἱ δεσπόται (the
despots) imposed to the people, has always been inspired to the artists. Aeschylus tried to draw the spectator’s spirit into the idea of a more
human and humanized society, fair and with equal duties and rights.
Dear citizens of this Athens , don’t wait for an Oresteia as one more show to attend,
just one more classic theme that suits Theatro Circo planning. Don’t wait to arrive just a
little bit before the show, slowly buy your ticket, walk into the room and,
cozily seat in the public to watch a nice classic. Don’t be mislead, the
Erynies’ discomfort and restlessness are waiting to torment you at any time.
The only thing I can assure you is that you’ll be a conflict’s victim, like our
Hellenic fathers were one. Confrontation and comfort between characters and
confrontation between theatre and a reality, which everyone thinks as ancient
but, it is, in fact, so ordinary.
Sirs that don’t know how
to lead their armies, that poorly rule their cities, that illegitimately use
the power to them confide, that narrow relationships and make new alliances as
it is better for them, that sacrifice the youth because a need demands a
military attitude such as that.
«If the great crisis, as
Jaqueline de Romilly says, have something collective: it so easily combines
with the role of the Chorus», that problem’s resolution also involves the
practice of justice, through an Orestes that, more than revenge, comes to
restore the order and to put justice into practice!
Nuno Campos
Monteiro
Universidade
do Minho
ORESTEIA e o projecto BragaCult*
BragaCult é um projecto de formação de públicos, da responsabilidade da CTB, que visa a revitalização cultural da zona histórica e urbana da cidade, a partir de novas propostas e dinâmicas que, de modo sustentado, garantam a participação activa das populações, na busca de melhores públicos e mais qualificada cidadania.
Este projecto compreende a realização de uma diversidade de acções / oficinas destinadas a vários segmentos da população. Durante cinco meses e tendo como objectivo final a participação na criação de ORESTEIA, mais de 70 pessoas participaram na Oficina de Máscaras, na Comunidade de Leitura Dramática (através de um Ciclo de Leituras de textos clássicos gregos), Oficina de Leitura e Interpretação, Leituras Encenadas I e II, Oficina de Figurinos, Oficina de Cenografia. Neste contexto de formação, os participantes / actores nos vários Coros da trilogia, as máscaras utilizadas no espectáculo, adereços e outros elementos dos figurinos são o resultado efectivo do trabalho realizado por um grupo alargado de formadores como António Jorge, Rui Madeira, Ana Bustorff, Samuel Hof, Jaime Monsanto, Sílvia Alves, Nuno Campos Monteiro, André Laires, entre outros.
* O Projecto BragaCult está inserido nas parcerias para a Regeneração Urbana do Centro Histórico de Braga e Regeneração Urbana do Rio Este, co-financiado pelo “ON.2 – O NOVO NORTE” e QREN através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e a Câmara Municipal de Braga.
ORESTEIA and BragaCult project*
BragaCult is a project to the formation of new publics, directed to cultural revitalization of historical and urban areas of the city, from new and dynamic proposals that, in a sustainable manner, assure the active participation of people in search of better publics and more qualified citizenship.
This project includes the implementation of a variety of activities / workshops for various population segments. For five months, with the ultimate goal to participate in the creation of Oresteia, more than 70 people participated in Workshop on Construction of Masks, Dramatic Reading Community (through a cycle of Drama Public Readings around the mythological characters of the Classical Greek Culture), Workshop on Reading and Interpretation, Workshop on Stage Readings I and II, Workshop on Costumes, Workshop on Set Design. In this context of training, participants / actors in the various Choruses of the trilogy, the masks used in the show, props and other elements of the costumes are the actual result of the work performed by a large group of trainers as Antonio Jorge, Rui Madeira, Ana Bustorff, Samuel Hof, Jaime Monsanto, Sílvia Alves, Nuno Campos Monteiro, André Laires, and others.
*Project BragaCult is inserted in the partnerships of Regeneração Urbana do Centro Histórico de Braga (Urban Regeneration of the Historical Centre of Braga) and Regeneração Urbana do Rio Este (Urban Regeneration of the River Este), co-funded by ON.2 – O NOVO NORTE - North Portugal Regional Operational Programme 2007/2013, National Strategic Reference Framework (NSRF) 2007/2013 through European Regional Development Fund (ERDF), Câmara Municipal de Braga.
This project includes the implementation of a variety of activities / workshops for various population segments. For five months, with the ultimate goal to participate in the creation of Oresteia, more than 70 people participated in Workshop on Construction of Masks, Dramatic Reading Community (through a cycle of Drama Public Readings around the mythological characters of the Classical Greek Culture), Workshop on Reading and Interpretation, Workshop on Stage Readings I and II, Workshop on Costumes, Workshop on Set Design. In this context of training, participants / actors in the various Choruses of the trilogy, the masks used in the show, props and other elements of the costumes are the actual result of the work performed by a large group of trainers as Antonio Jorge, Rui Madeira, Ana Bustorff, Samuel Hof, Jaime Monsanto, Sílvia Alves, Nuno Campos Monteiro, André Laires, and others.
*Project BragaCult is inserted in the partnerships of Regeneração Urbana do Centro Histórico de Braga (Urban Regeneration of the Historical Centre of Braga) and Regeneração Urbana do Rio Este (Urban Regeneration of the River Este), co-funded by ON.2 – O NOVO NORTE - North Portugal Regional Operational Programme 2007/2013, National Strategic Reference Framework (NSRF) 2007/2013 through European Regional Development Fund (ERDF), Câmara Municipal de Braga.
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